sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Aprenda a lidar com a sensação de vazio

A quase indefinível sensação de necessidade e carência foi descrita pela filosofia, pelapsicologia, pela literatura. "Na mitologia grega, a mãe de Eros, o desejo, é a Penúria, a falta. Sabiamente, os gregos colocavam a carência como a origem de tudo que desejamos na vida. Para eles, esse gosto de escassez, de insuficiência, de insatisfação é a grande faísca que dá partida às nossas ações, planos e sonhos", diz a professora de mitologia Helenice Hartmann.

Saber disso gera alívio. Muita gente não consegue identificar esse aperto no peito que nos angustia, e mal percebe que ele está ali presente, ou que sequer existe. Ao dar um nome para esse sentimento difuso, mas insistente, a vida pode se reorganizar de uma maneira diferente.

Podemos reconhecer o que nos incomoda e, mais que isso, observar como essa falta primordial é capaz de conduzir, nem sempre de uma maneira mais sábia, a maioria dos nossos movimentos existenciais.

Com base nessa nova consciência, é possível, então, uma regulação mais equilibrada de nossos desejos: já sabemos o que os origina, e assim podemos administrá-los melhor. Se admitimos que essa falta jamais será preenchida com as ilusões do universo material, ou mesmo emocional, vamos abrandar a fome com que nos atiramos às pessoas e às coisas.

Dessa maneira, é possível nos contentarmos mais com a vida, e até nos alegrarmos e nos sentirmos gratos com o que já temos, pois atendemos a essa necessidade de outra forma. "Não se trata de suprimir o desejo, mas de transformá-lo: de desejar um pouco menos aquilo que nos falta e um pouco mais aquilo que temos; de desejar um pouco menos o que não depende de nós e um pouco mais aquilo que de fato depende", sugere o filósofo francês contemporâneo André Comte-Sponville. Sem dúvida, isso já é um ótimo começo.

O psicanalista francês Jacques Lacan se aprofundou no tema no século 20. Ele afirmava que esse vazio primordial alimenta a procura do homem por sua própria verdade. Portanto, para Lacan, a falta não é, em si, negativa ou indesejável, mas o poderoso estopim de uma busca interna que pode se tornar reveladora.

A lógica é simples: se espero conseguir algo, é porque me falta alguma coisa, certo? Portanto, a esperança primordial, aquela que alicerça todas as outras esperanças que habitam nosso coração, é nossa vontade de conseguir preencher esse vazio que nos consome. Por isso mesmo, os estoicos desconfiavam muito dela. "Esperar um pouco menos, amar um pouco mais", propunha essa antiga corrente de filosofia da Grécia. Em outras palavras, mais ação e menos expectativas.

Porque ao colocar o desejo de satisfação no futuro, nos deslocamos do presente e aumentamos nossa angústia. Para evitar isso, os estoicos adotavam uma medida prática: satisfaziam-se com o que tinham. Para eles, desejar mais do que o momento proporciona era garantia de infelicidade.

E há outro bom motivo para não se depender da esperança da satisfação de um desejo: assim que o realizamos, outro buraco se forma, outra falta, que exigirá o seu preenchimento. "Assim que um objetivo é alcançado, temos quase sempre a experiência dolorosa da indiferença, ou mesmo da decepção", continua o educardor e pensador francês Luc Ferry.

Viver entre a esperança de ter, ou ser, e o medo de não ter, ou de não ser, pode se tornar outra forma de tortura. "O medo é a face complementar da esperança. Temos esperança porque, no fundo, temos medo de não ter nosso desejo satisfeito. Esperamos que ele se realize, mas temos medo de que ele não se realize", diz indo direto ao ponto a monja budista americana Pema Chödron.

Em resumo, para não sofrer tanto com as expectativas, é necessário aceitar a vida como ela é, e reconciliar-e consigo mesmo. "É possível fazer planos, é claro, mas não depender disso para ser feliz. A felicidade está dentro de nós, e não fora, no outro, no futuro ou em outras circunstâncias", diz Pema. Ao constatar isso, já fica mais fácil nos livrarmos de outra forma de sofrimento ocasionado pela falta: a inveja.
Fonte: mdemulher.abril.com.br

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Livro lista 5 principais arrependimentos de pessoas prestes a morrer

Enfermeira australiana relatou experiências com pacientes terminais e diz que aprendeu que não se deve acumular frustrações



Uma enfermeira australiana lançou um livro com uma lista de cinco principais arrependimentos de pessoas que estão prestes a morrer.
Bronnie Ware, que é especialista em cuidados paliativos e doentes terminais, afirma que reuniu em seu livro 'confissões honestas e francas de pessoas em seus leitos de morte', confissões que, segundo ela, mudaram sua vida.

'Encontrei uma lista grande de arrependimentos, mas, no livro, me concentrei nos cinco mais comuns', disse a autora à BBC.
'O principal arrependimento de muitas pessoas é o de não ter tido coragem de fazer o que realmente queriam e não o que outros esperavam que fizessem', acrescentou.

'Outro arrependimento comum é de não terem trabalhado um pouco menos, o que fez com que perdessem muitas coisas em suas vidas', disse Ware.
O livro de Ware, intitulado The Top Five Regrets of the Dying - A Life Transformed by the Dearly Departing ('Os Cinco Maiores Arrependimentos à Beira da Morte', em tradução livre) relata as experiências da autora durante anos de trabalho em cuidados de doentes terminais.

Os pacientes de Ware, geralmente, eram pessoas que já não tinham chances de recuperação e podiam morrer a qualquer momento.

A enfermeira afirma que isto permitiu que ela compartilhasse com estes pacientes 'momentos incrivelmente especiais porque passei com eles as últimas três a doze semanas de suas vidas'.

Texto viral
Ware conta que a ideia para o livro surgiu depois que um artigo que publicou em seu blog transformou-se em um texto viral, espalhando-se pela web.
'As pessoas amadurecem muito quando precisam enfrentar a própria mortalidade', afirmou.

'Cada pessoa experimenta uma série de emoções, como é esperado, que inclui negação, medo, arrependimento, mais negação e, em algum momento, aceitação.'

A enfermeira garante que cada um dos pacientes que tratou 'encontrou sua paz antes de partir'.
Ware disse à BBC que, durante os anos em que trabalhou com estes pacientes, percebeu também que muitos se arrependiam de não terem tido 'coragem para expressar seus sentimentos'.

'E isso se aplica tanto aos sentimentos positivos quanto aos negativos.'
'Muitos diziam: 'queria ter tido coragem de falar que não gostava de uma coisa', ou então que queriam ter tido coragem de falar às pessoas o que realmente sentiam por elas', afirmou.

Amigos
Bronnie Ware também destacou outro arrependimento que notou entre seus pacientes: o de ter perdido o contato com os amigos.
A enfermeira afirmou que os amigos são importantes no fim da vida, uma vez que os parentes que acompanham um doente terminal também enfrentam muita dor.

Uma pessoa no leito de morte, segundo Ware, sente falta dos amigos, mas, muitas vezes, a perda de contato ao longo dos anos impede um reencontro.
A enfermeira também chama a atenção para o fato de que as pessoas se arrependem do que não fizeram. Na maioria dos casos observados por ela, as pessoas não pareciam se arrepender de algo que tinham feito.

A autora afirma que espera que seu livro 'ajude as pessoas a agir hoje e a não deixar as coisas para amanhã e se arrepender depois'.
Fonte: Globo.com

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pesquisa revela poder da energia liberada pelas mãos

Energia liberada pelas mãos consegue curar malefícios, afirma pesquisa da USP


A missionária Marta Brisa transmite as técnicas de Johrei em Ana Paula Politi
(Foto: Lucas Mamede/Da Gazeta de Ribeirão)


Energia liberada pelas mãos consegue curar malefícios, afirma pesquisa da USP

Um estudo desenvolvido recentemente pela USP (Universidade de São Paulo), em conjunto com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), comprova que a energia liberada pelas mãos tem o poder de curar qualquer tipo de mal estar. O trabalho foi elaborado devido às técnicas manuais já conhecidas na sociedade, caso do Johrei, utilizada pela igreja Messiânica do Brasil e ao mesmo tempo semelhante à de religiões como o espiritismo, que pratica o chamado “passe”. 

Todo o processo de desenvolvimento dessa pesquisa nasceu em 2000, como tema de mestrado do pesquisador Ricardo Monezi, na Faculdade de Medicina da USP. Ele teve a iniciativa de investigar quais seriam os possíveis efeitos da prática de imposição das mãos. “Este interesse veio de uma vivência própria, onde o Reiki (técnica) já havia me ajudado, na adolescência, a sair de uma crise de depressão”, afirmou Monezi, que hoje é pesquisador da Unifesp. 

Segundo o cientista, durante seu mestrado foram investigado os efeitos da imposição em camundongos, nos quais foi possível observar um notável ganho de potencial das células de defesa contra células que ficam os tumores. “Agora, no meu doutorado que está sendo finalizado na Unifesp, estudamos não apenas os efeitos fisiológicos, mas também os psicológicos”, completou. 

A constatação no estudo de que a imposição de mãos libera energia capaz de produzir bem-estar foi possível porque a ciência atual ainda não possui uma precisão exata sobre esse efeitos. “A ciência chama estas energias de ‘energias sutis’, e também considera que o espaço onde elas estão inseridas esteja próximo às frequências eletromagnéticas de baixo nível”, explicou. 

As sensações proporcionadas por essas práticas analisadas por Monezi foram a redução da percepção de tensão, do stress e de sintomas relacionados a ansiedade e depressão. “O interessante é que este tipo de imposição oferece a sensação de relaxamento e plenitude. E além de garantir mais energia e disposição.” 

Neste estudo do mestrado foram utilizados 60 ratos. Já no doutorado foram avaliados 44 idosos com queixas de stress. 
O processo de desenvolvimento para realizar este doutorado foi finalizado no primeiro semestre deste ano. Mas a Unifesp está prestes a iniciar novas investigações a respeito dos efeitos do Reiki e práticas semelhantes a partir de abril do ano que vem.